sábado, maio 26, 2012

O (im)perceptível

Sim! Sim, eu sei que te deslumbras com tudo o que é novo como uma criança que repara numa coisa ou aspecto pela primeira vez.
O teu conflito interno vive entre o que sentes e o desejo de poder que tens em chegar a um determinado objectivo talvez porque não sejam consonantes!
Pensas que não vejo através de ti? Dentro de ti? Que os teus pensamentos e dúvidas nunca cruzaram os meus e a minhas? Que quando estás a analisar determinada coisa já eu reparei nela e questionei?
O calculismo patente nas tua acções não me escapa aos sentidos. Mapeio há muito os teus comportamentos porque ler-te é a um mesmo tempo um reconhecimento de mim, do impacto que tens em mim e vice-versa. Moves-te confortavelmente pensando ilusoriamente que o controlo do meio contextual reside em ti. Como te enganas? Se soubesses como me angustia e magoa esse teu papel de actor quando és peão igual a todos.
Humildade disfarçada leva ao culto do cinismo que destruirá a bondade que o teu sorriso sincero denota quando te esqueces que estás a interpretar um papel num mundo que tens rigidamente ensaiado. E se inventado o teu sorriso foi? Estás sozinho e todas as tuas suspeitas se confirmam perante os teus olhos. A solidão das fraquezas humanas insuperáveis será o teu fardo porque és incapaz de mostrar os teus defeitos para que outros possam amá-los.

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