em que existe em mim não apenas cansaço como diria Álvaro de Campos, mas uma frugalidade face aos actos diários de certas pessoas para comigo que me incomoda, pelo facto de não parecer adequada, ou melhor, por não suscitar nessas pessoas um agir conforme às suas verdadeira intenções. É como se fosse uma auto-agressão, movimento de fuga que exerço para não te agredir. Aliás, tenho muitas dúvidas, que mesmo expelindo todo este "veneno" que se entranhou (porque eu deixei) na minha corrente sanguínea, e que mesmo passando pela oxigenação não se renova, não me estivesse a agredir ao mesmo tempo que te agrido!!!!!!
Na realidade estou farta de perder tempo a falar de ti, a pensar em ti, nas palavras que proferes e nos actos que exerces, e que me deixam vezes sem conta a imaginar mil cenários e a colocar mil e uma hipóteses para todos os sucedidos, mal-entendidos, sublimações, chapadas de luva-branca, cinismos (e não é porque professes a escola filosófica do cinismo de Antístones ou Diógenes de Sínope), etc.
Não sei lidar com gente sonsa, que fala por entremeios, e entredentes, de entretantos e entrementes...
Sufocas a minha típica existência feliz, espontânea, reivindicativa, assertiva, sem tampões excusados por não ligar a falsos moralismos e mais ismos de que a tua postura e o teu ser se compõem, respiram e vivem. Mas, satisfaz-me saber que dias não são dias, mesmo que sigam durante períodos que parecem não acabar, em que o sol desaparece e as nuves aparentam escondê-lo. Escondem-no, mas ele mantém-se lá, não desaparece, nem evapora, por muito que as nuvens queiram e teimem em aparecer. Como eu, não que eu pense que sou o Sol (essa vertente narcísica é mais tua), que também não desapareço por me tentares desdenhar, desvalorizar, ou oprimir.
Como estamos em Abril, lembro-me que nada é impossível de mudar, dizia Brecht:
"desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar".
É facto, há hábitos e atitudes difíceis de mudar. Mas se queremos que mudem temos que tentar, por mais que nos custe, que nos magoe e exija esforço. Sim, sou daqueles loucos que acreditam que podem transformar o mundo! Que a minha loucura me permita continuar a lutar, que não seja castrada por sujeitas/os como tu, mas reforçada.
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