quarta-feira, abril 26, 2006

estou aqui!

As injustiças sempre me fizeram muita confusão. Por um lado, porque causam sofrimento, e por outro, porque demonstram de quem causa sofrimento, o egoísmo, a insensibilidade e a imaturidade de uma criancinha que ainda tem dentes de leite e não vê nada para além dela mesma (o que aos 4 anos de idade é compreensível).

Transportando este egoísmo para uma idade adulta, a injustiça revolta-me. Isto de transpor para os outros as falhas e erros, porque nossos - mas não nos conseguimos confrontar com eles e vai daí projectamo-los - traz ao de cima uma raiva que me custa conter, por saber que alguém sofre com isso. Pior, quando esse alguém nos é querido. Pior, quando sabemos de antemão e por nossa experiência que o injustiçado pode ter defeitos, mas não os de que o acusam.

As palavras poéticas e bonitas, sonoras no seu proferir, sentidas, repletas de conforto e de amor, faltam-me sempre nestas alturas. Nunca sei bem o que dizer, como conter, como confortar. Também porque a raiva assalta-me de um momento, por não poder fazer nada, por me sentir inútil, por tudo e por nada!

Sei que cada um tem as suas lutas e, que na vida perante todos os altos e baixos, a única coisa que provavelmente podemos fazer é apoiar quem amamos. Mas como apoiar? Com uma palavra? Com um gesto? ... Não sei!

Sabe apenas, que porque tu sentes, porque te questionas, porque tens sonhos, porque lutas por esses sonhos – sabe que estou aqui e que podes contar comigo sempre.

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