sexta-feira, outubro 24, 2008

Amanhã será outro dia

Recordo a música, e apesar de ser o Topo Gigio, recordo-me de Brecht:

"A injustiça avança hoje a passo firme
Os tiranos fazem planos para dez mil anos
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são
Nenhuma voz além da dos que mandam
E em todos os mercados proclama a exploração;
isto é apenas o meu começo

Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem
Aquilo que nòs queremos nunca mais o alcançaremos

Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro
As coisas não continuarão a ser como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Quem pois ousa dizer: nunca
De quem depende que a opressão prossiga? De nòs
De quem depende que ela acabe? Também de nòs
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aí que o retenha
E nunca será: ainda hoje
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã"

Elogio da Dialéctica, Bertolt Brecht


Amanhã será outro dia, e o meu sorriso continuará aqui, mesmo que escondido pelo cansaço, ou simplesmente porque queira não aparecer. Não é necessário estar-se sempre bem, é apenas necessário saber-se onde está. Aqui, neste momento, o amanhã é pra mim um mundo de possibilidades. Por isso, sorrio.

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