Há dias que parecem perfeitos pela clareza de pensamentos e emoções. Em que tudo se conjuga há nossa volta, ou então, é apenas a mudança de perspectiva que nos leva a sorrir mais uma vez e outra, até à altura em que nos conciliamos com o nosso mundo onírico. Aí sonhamos, talvez a idealização de um desejo ou vários, ou a elaboração do mundo real. Mas não é do mundo onírico que quero falar, pensar e escrever!
O ócio pode ser coisa mal vista no nosso tempo, mas um tempo de ócio é sempre algo que às vezes nos faz felizes. A agradável sensação de chegar a casa, ligar a aparelhagem, escolher algo que se goste para alimentar a nossa audição, enquanto escolhemos esse néctar Baco com que nos vamos deleitar.
Abrir a garrafa, ouvir o ploc!, experimentar o aroma da rolha que desvenda por segundos o sabor que dentro de instantes iremos saborear e que irá percorrer o nosso corpo num momento de exaltação maior, aumentar o som que desperta a audição dos nossos sentidos e sentimentos, e entregar-nos ao momento... Haverá algo tão simples, num sistema coordenado de acções, mais maravilhoso e, que nos deixe a derreter lentamente, como se em "banho maria"?!
É esse ritual, como outros, que têm sempre o seu ritmo e espaço, que me faz querer viver, cada vez mais, todas as deliciosas maravilhas que a vida nos reserva. Para que possa nos momentos em que estou a sós apreciar a beleza que me escapou no agir. Como este vinho que saboreio e que me traz ao espírito todos os segundos de ócio que, hoje, me apetece condensar neste único momento! Carpe diem!
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