Não há mais cabo de alimentação para a resistência, continua a funcionar com as mesmas deficiências de sempre, ou então está mesmo pior, mas teimo em não querer agir.
Existe em ti uma tendência natural para me frustrares. Não consegues ser de outra maneira.
Não consigo adormecer, penso e penso, dou voltas e volto a pensar. Sinto que não pertenço aqui, cada vez com mais força, sinto que não pertenço aqui. Há atrito, mas dele não advém qualquer ganho, a resistência aumenta. Como que numa aprendizagem condicionada é mecânica a nossa dinâmica. Não tem qualquer romance, novidade, e até a esperança de uma fénix é reduzida a uma pequena centelha que haja nas cinzas...
Detesto essa tua passividade, a maneira como te acomodas dentro de ti sem tentares chegar ao outro lado. Na realidade, lutar é "chão que já deu uvas". (Mas também lutar para quê?! Quase sempre foi, e é tudo igual.)
Nem sei porque escrevo, nem porque é que o meu cérebro não consegue desligar como o teu, de forma a que também eu consiga dormir, ignorando tudo o que me é interior. Talvez no teu interior esteja tudo bem.
Escrevo apenas para me libertar destes pensamentos, no entanto parece não resultar. Quero escrever tudo e nada. Não me apetece pensar mais em tudo o que me assola neste momento. Onde está o "João Pestana" quando preciso dele?! Nem ver televisão me liberta deste incómodo que sinto no estômago qual úlcera irritada...
Afinal não interessa apenas ser-se jovem numa noite, se essa noite nada significa. Se ela é mecanizada, vazia de sentido nos dias e nas noites que se seguem. Sim sou jovem, e talvez prefira um rapaz a um anjo, porque os anjos não existem (ou pelo menos nunca reparei em nenhum). Mas... preferia ser uma jovem livre destes sentimentos, em que calo porque não me apetece falar, consumindo-me nesta aflição que também alimento.
Como é que és ingénuo ao ponto de me subestimares?!...
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