
Parece mentira que a sorte não me sorria, nem de soslaio, só por um momento que seja. Queria apenas que tivesse um significado toda esta espera, que no fim não tem mostrado resultados. Afinal, por muita que seja a resistência à frustração a espera tem sido um desespero que teima em não acabar - e só daqui a algum tempo ela poderá chegar a bom porto!
Parece aquele olhar infindo que vai da janela de minha casa até ao mar. Esperava a minha vista encontrar alguma coisa, mas parece que nada, nada mesmo teima em revelar-se... Normalmente, olhar da janela para o mar traz-me uma paz interior que me enche de esperança e me faz pensar ser imbatível. Leva-me a pensar que posso tudo, mesmo que sozinha - até porque nessa altura eu não estou sozinha, parece que toda a energia do mundo se condensa no meu respirar e influi em todo o meu corpo, dotando-o de uma energia inebriante. Mas, hoje não é um desses dias.
Hoje a espera cansa-me, torna-me vagarosa, inerte. Sinto a minha força desfalecer, vontade de gritar por exisirem soluções que não dependem apenas do meu esforço ou dedicação. A luta, por mais que seja constante revela-se extremamente inútil, porque na corrente do grupo há quem não lute. A comunicação está, parece-me inviabilizada.
Mesmo depois de ver uma pequena luz, continuo com esta fraqueza de espírito na crença do grupo. Ele parece-me, sobretudo, taciturno. Acho, que há dias assim, em que "o que há em mim é sobretudo cansaço" como diria Álvaro de Campos.
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